terça-feira, fevereiro 13, 2007

dodes'ka-den



Uma vez visitei um cemitério de trens. E é de uma tristeza apavorante. Trilhos e trilhos de história inutilizada. Sinto falta dos trens na minha vida. Dos sons, da estação primeira que eu conheci e que já era, naquela época, uma ruína. Um amigo escritor, Mayrant Gallo, no seu livro Dizer adeus, cita o meu nome num poema sobre trens. Um poema que encerra o livro e eu entro no vagão. E ainda há o trenzinho caipira do Villa lobos. E o trem de ferro que quando vem de Pernambuco vai fazendo fuco fuco até chegar no Ceará. E o trem do Manoel Bandeira com o seu café-com-pão, café-com-pão. Tudo ali também é música. Ai, que vontade de cantar. E o Tren a las nubes, que negou o seu passeio para mim. E os inúmeros trens fantasmas que me arrepiaram mais do que os atores que fizeram o pai do Hamlet. E o trem do Zé Olímpio, guardado numa caixa, para quando o seu neto nascer (porque menina catarina gosta mesmo é de boneca e lagartixa...).

Ai, os caminhos dos trens... Um trem é uma ciranda.