quarta-feira, fevereiro 21, 2007

cinzas


Hoje é o começo da quaresma. Tempo de arrependimento e de reflexão para os cristãos. Dia também de término do prazo para o Irã inibir o enriquecimento nuclear. Dia de cinzas. E penso nas cores do Kurosawa nos episódios de Sonhos, as fumaças cinzas e coloridas da radiação nuclear. O sensível japonês usa as cores como realidades sensoriais e elas falam por si, despertam sentimentos, provocam bons tumultos aos sentidos. Penso em Chernobyl, em Nagazaki,penso no Cesio 137 de Goiânia e nas crianças que brincaram com luz e ficaram azuis. Penso como as mesmas cores podem ser boas e más, como tudo que existe no mundo. Mas não gosto do jejum e nem das possíveis cinzas do Irã. Fico eternamente com a nostalgia colorida do carnaval.