segunda-feira, julho 30, 2007

desjejum


Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar um vivente por gosto? Será? não será? Para que isso? Procurar dissabores! Será? não será?” A frase é de Graciliano Ramos em São Bernardo. E para que eu a perceba, basta mesmo um bom café da manhã com pão, banana, mamão, beiju, cuscuz, tapioca, requeijão, cevada e minha sábia alienação palatina vai deixando a vida mais fácil.

domingo, julho 29, 2007

na beira



Há um sabor especial em morar numa cidade solar, tropical, que mesmo entendendo a ordem dos ares invernais, nem se dá conta, faz vista grossa, se esquece de esfriar. Os pés são os únicos que acompanham a temperatura da estação e eu os aqueço com óleos, massagens e meias. Mas eles são inquietos, se vestem de vermelho e correm, fogem, correm, escapam das minhas atenções, não se deixam aterrar, traçam caminhos que independem da minha vontade e com uma alma escarlate fervilhando, eles se abandonam, se refrescam na areia molhada e fria do mar.