domingo, fevereiro 25, 2007

cura







Eu vim. Está escuro, eu sei.
Mas eu quero ser tua por uns dias.
Não reconheço esta estação, nem esse cabelo, essa voz
Tudo é estranho e é assim que eu desejo
Ser tua por uns dias
Depois voltarei ao chão, ao barro batido na estrada fria
Mas vim para ser tua por uns dias
Se tu quiseres.
Pois nada sei de ti, um eco, um vôo, nada mais.
E talvez por isso mesmo
Eu queira ser tua por uns dias.
Para ver o íntimo do gelo
Sendo tua.
Ter a tua glória, tua graça, teu dedo.
E ser tua, sempre, mesmo partindo.
E deixar em teu sangue o meu verão.