quinta-feira, novembro 26, 2009

cartas baianas na ufba


Sim, Malhado e a andorinha Sinhá, eu também sou devota do São João do carneirinho. E sou a favor de batismos até em bebedouros.


Deixo imagem de Scorsese, que fez de Andre Gregory um sagrado e imortal João Batista. Em preto em branco, por causa do charme do nosso homem nu com os seus três vestidos cheirando a rosas, jacintos, sândalo e talco.


Foi um prazer estar com todos vocês, escritores baianos, falando de literatura para alunos da nossa universidade federal da bahia.




quarta-feira, novembro 18, 2009

e o barquinho vai...


Há uma poesia do conflito que retorce o espaço. E assim se perde a noção de alto e baixo, céu e terra, matéria e espírito, deus e diabo. Os lugares se profanizam, aumentam-se as curvas - agora elas são a menor distância entre dois pontos. Outras ladeiras se constroem e a cidade de são salvador se reelabora, se multiplica. O nosso olhar é guiado, conduzido,como se a câmara nos permitisse um passeio a-turístico por uma nova cidade.

A cidade se arrasta metaforicamente, camaleônica, fotossintética, arrancandodo ar outros alimentos visuais, corporais. A fotografia é um corpo em movimentocheio de nuances e contrastes. É assimétrica, grandiosa, monumental, retorcida.

É teatral porque é dramática. É música porque é ritmo. É literatura porque traz figuras de linguagem, metáforas, anacolutos, antíteses. É desenho porque Se utiliza da escala como valor plástico de primeira grandeza. É arquitetura Por suas formas ambivalentes, côncavas, convexas, dinâmicas, brincando de esconde-esconde com o nosso olhar, figuras de mostrar, figuras de ocultar. Relevos, contrapontos.

Quem escolhe a trilha para onde devemos nos dirigir é o fotógrafo e seguimos o seu passo. Um passo que quebra a convenção de cidade-patrimônio, mas não a reduz. Recria-se uma inusitada geometria, seduzida pela libertação espacial, um jogo visual que assume nova significação, uma atitude criativa a partir de novas formas que vão gerar novos conceitos. Um barroco contemporâneo?

Que outro sentido maior teria a hoje tão banalizada fotografia senão registrar exatamente aquilo que
não se vê? A fotografia não é um muro, um limite – é um começo. Um movimento que se amplia,
se transforma e com o qual se pode, entre outras coisas, revisitar e reescrever a velha pérola imperfeita.

PARA QUEM AINDA NÃO FOI VER: "PÉROLAS IMPERFEITAS", DE DAVID GLAT, ESTÁ NO MAM ATÉ O DIA 09/12

A fotografia acima é apenas uma das Pérolas Imperfeitas (a do Forte de São Marcelo). E como David é carioca, não resisti à brincadeira com o clássico da bossa-nova. Afinal o forte não parece um barquinho barroco?


domingo, novembro 08, 2009

pérolas imperfeitas


David Glat está com nova exposição fotográfica. Chama-se Pérolas Imperfeitas. Está no MAM e tem abertura amanhã, segunda, dia 09, às 19h. E deixo aqui o convite porque David é o que de melhor existe na nossa fotografia. Depois do MAM, a exposição segue para o Rio e São Paulo.



quarta-feira, novembro 04, 2009


Sexta, dia 06, às 17h, participarei de um evento literário na Academia de Letras da Bahia. O evento é organizado pelo poeta Cajazeira Ramos. O modelo segue a leitura e análise de contos dos escritores convidados, que serão Luís Henrique Tavares e eu. A querida amiga Cássia Lopes, juntamente com o acadêmico João Eurico Matta serão os debatedores. E será um imenso prazer ver os frequentadores desta casa frequentando também aquele belo casarão das letras.

segunda-feira, novembro 02, 2009

30


Não é a forma que gosto de usar, prefiro a imagem que aparece no livro do Shivananda, mas esta é a que mais parece com o número 30.
E também não é para mim, é para você, Amanda, o OM de fogo de computador como presente de aniversário.

domingo, novembro 01, 2009

lars von trier


Anticristo, o polêmico filme do polêmico cineasta dinarmaquês, traz algumas das mais belas cenas que eu já vi no cinema. Acho engraçado ele se auto-intitular o "melhor diretor de cinema do mundo" num bombardeio jornalístico em Cannes. Mas a coragem da afirmação me faz pensar que deve ser boa a sensação de intuir que se pode ser o melhor diretor de cinema do mundo. Dedicou o filme a Tarkovski ("ele era uma espécie de Deus, dedicaria todos os meus filme a ele"), que estando morto, não pode mais ser o melhor diretor de cinema do mundo.