domingo, janeiro 04, 2009

vôo

Prunus en fleur, de Shitao. Musée de Shangai

Não faço acordos: aceito tudo, menos tirar o mais belo acento da língua portuguesa. Em vôo, o acento não é mais um sinal diacrítico circunflexo, é uma andorinha sobrevoando a palavra, é uma revoada, uma asa, um pouso, um teto, uma abóbada, um céu. O chapéu do marinheiro, bandeira, um canto, um último suspiro, um barquinho de papel.
Eu vôo e o meu vento não soprará este acento.