quarta-feira, junho 24, 2009

é o dia dele


Sim, o meu santo favorito é o São João Batista menino do carneirinho. Santinho criança com cabelo de anjinho e cercado de flores, estrelas e bichinho. Santinho que gosta de traque de massa, de fogos de artifício, de estralinho.

Esta é uma imagem de uma cena de Jeremias que foi ofertada a ele. É uma cena de reisado, onde o rei é o santo junino e a rainha é a chuva. Os atores cantam, dançam e tocam para para um certo São Cristinho, um santo que não existe em nenhum outro lugar a não ser no nosso palco. Um santo feito da poeira das estrelas, como o santo do estudo de Da Vinci, que ao fazer-se obra, transformou-se num carneirinho a brincar com o menino Jesus.

A foto é de David Glat e aqui, hoje, fica em homenagem a Almir e Jelber, nossos sanfoneiros queridos, que me presentearam com a infinita beleza desta música mágica que sai de um fole. Que Gayatri, com seu lume, possa iluminá-los no céu, na terra e em tudo o que há no meio.

E viva a São João! E que ele faça dar vinte espigas de milho no nosso pé.

domingo, junho 21, 2009

menorah


Disse Artaud, numa das suas cartas a Henri Parisot, escrita no asilo de Rodez: " Quando recito um poema, não é para ser aplaudido, mas para sentir os corpos dos homens e das mulheres tremerem e rodarem em uníssono com o meu, rodar como se roda na obtusa contemplação do Buda sentado, para a alma, quer dizer, para a materialização corporal e real de um ser integral de poesia". E mesmo fora do asilo, sinto o que sentia Artaud.
Foto do pai de Jeremias, seu Euquides (interpretado por Amarílio Sales), clicada por Yuri do Val

quarta-feira, junho 10, 2009

aquela rosa foi uma jura que eu fiz



Esta é uma fotografia de David Glat para a terceira cena da peça Jeremias, Profeta da Chuva(Sala do Coro, de sex a dom, às 20h).

No elenco, chamam-na de "A cena de Rosinha", mas no texto lê-se: "Cena III: Experiência da Música". E leva este nome porque é uma singela homenagem a Luiz Gonzaga através de uma música que trata de uma profecia da chuva, falando do pássaro asa branca que bateu asas do sertão por causa da terra ardendo qual fogueira de São João.

Os atores na fotografia são: Simone Brault (em primeiro plano) interpretando Rosinha e Antônio Fábio e Mônica Gedione (ao fundo), interpretando Jeremias e sua esposa Nininha.

O texto da carta foi modificado ao longo do processo e traz apenas dois pequenos trechos de Asa Branca. A homenagem ao mestre lua continua e quem faz a voz do Luizinho, o coração de Rosinha que se foi, é o maravilhoso cantador pernambucano Silvério Pessoa. E na minha opinião, Silvério é o que de melhor existe na interpretação da música popular brasileira. Por isso, é uma felicidade ímpar tê-lo neste processo.

segunda-feira, junho 08, 2009

nasceu


Sim, Jeremias, profeta da chuva veio ao mundo.
Para assisti-lo, basta ir à Sala do Coro do Teatro Castro Alves, de sex a dom, às 20h.
A criança já anda com os seus próprios pés e é uma criança linda.
Uns dias, parecerá um leão. Noutros, parecerá um camelo.
Quando permanecer criança, será um espetáculo muito mais belo.
Como a natureza das coisas: simples como a vida, complexas como o teatro.
Ou vice-versa.