quinta-feira, fevereiro 26, 2009

seu diva

Colagem de Maria Julieta R. D. Ferreira

Minha mãe chama o meu pai de Deco. Mas ninguém o chama de Seu Deco. Deco é apelido só dela. Meu pai chama a minha mãe de Fiinha. E ninguém mais a chama assim. Fiinha é apelido só dele. Dea é o meu apelido de antigamente. Só quem me chama assim são meus amigos muito queridos, minha família e gente que me conheceu na infância e adolescência. Dia destes, num lugar improvável, ouvi recentes colegas de ofício chamando-me de Dea. Foi como sentir o cheiro da casa onde nasci.
Neste carnaval, viajei para uma pesquisa disfarçada de passeio. E nestas andanças conheci o Seu Edivaldo, um artesão de oito décadas de delicadezas., uma das razões da minha longa trilha nos gerais do Rio Preto. Enquanto sua velhinha e alegre esposa, Dona Ana, Donana, Nonana, abria-me as portas de sua casa, oferecia-me café e sorria , brincando com as criaturinhas do seu companheiro Diva, eu ia me aproximando e chamando-o de Seu Diva também. Acolheram-me, permitiram-me. E minha pequena família de cristais, bichinhos e gentes vai aumentando no mundo.