domingo, março 25, 2007

naïf


A figura acima é Le couaggaby, de Aloys Zötl, feita em 1882. Eu tenho verdadeira adoração por arte naïf. O ingênuo e o primitivo me seduzem. Conheci Zötl, este naïf austríaco, através de Cortazar, que a pedido do italiano Franco Ricci, fez um texto a partir de gravuras dele. Este cavalo-zebra poderia muito bem ilustrar A casa tomada, de Cortazar. Este mistério pueril, este jogo secreto que é a escrita de Cortazar.
E escrevendo agora, por acaso(?) me lembro de uma comemoração que fiz parte quando era criança e onde havia adultos vestidos de bichos para animar a festa. As roupas eram belíssimas, feitas de veludo e pelúcia. Mas eu achei, na ocasião, todos os outros animais silvestres e domésticos feios ou apavorantes e me mantive o tempo todo perto da zebra, a fantasia menos popular da festa, que apenas atraíu a mim e a um outro garotinho.